A hiperconectividade e o equilíbrio no uso dos celulares e computadores

Zeta01JUN

O WhatsApp acaba de liberar uma nova funcionalidade que permite aos usuários acelerar a velocidade de reprodução dos áudios compartilhados no aplicativo. Eles agora podem ser reproduzidos também em velocidade de 1,5 ou 2 vezes a velocidade normal. A nova funcionalidade já vinha sendo requisitada por parte dos usuários, já acostumados a acelerar a reprodução de conteúdo em aplicações como o Telegram, Youtube, Netflix e até plataformas de Podcasts. Porém, mais do que aliviar usuários frustrados com os longos áudios compartilhados na plataforma esse passo do WhatsApp é uma resposta à cultura da hiperconectividade, tão imperativa nos dias de hoje.

Se há alguns anos o acesso à internet pelo celular era um privilégio, hoje é difícil tomar uma decisão sem antes consultar no “fiel escudeiro” que repousa inquietantemente em nossos bolsos e bolsas. Fato é que a tecnologia nos sobrepujou. Alexa e Cortana praticamente se transformaram em amigas conselheiras. Smartwhatches contam as calorias gastas e os aplicativos de saúde balanceiam nossa alimentação. E ainda existem os tradutores em tempo real que se aperfeiçoam à cada instante, sendo capazes de distinguir sotaques de um mesmo idioma (se vocês ainda não escutaram um escocês se comunicando com um smartphone por voz, não apreciaram o real valor desse atributo).

Nesse cenário, atividades como fazer uma compra, se informar sobre algum assunto ou consumir algum conteúdo passam inevitavelmente por se manter conectado. E tudo isso só é possível graças à grande disponibilidade de soluções tecnológicas e de informações a poucos cliques de distância.

Hoje se tornou natural o desejo de acelerar o consumo de conteúdo. Há por exemplo casos de pessoas que assistem séries inteiras em velocidade de reprodução acelerada. Em outros casos, algumas pessoas colocam dois filmes para assistir de forma simultânea. [1]

Por um lado, do ponto de vista dos usuários, a fartura de conteúdos digitais permite democratizar e desmonetizar o acesso ao conhecimento, entregando novas possibilidades para pessoas de todos os cantos do mundo, como o multi-empreendedor Peter Diamandis defende em seu livro “Abundância”. Um excelente exemplo desse fenômeno é a plataforma sem fins lucrativos Kahn Academy, que ensina diferentes disciplinas de forma gratuita com qualidade de ensino de primeiro nível para qualquer pessoa que disponha de um celular ou computador e de acesso à internet.

Contudo, a hiperconectividade também pode ter um lado negativo para os usuários. Um transtorno cada vez mais comum na atualidade é a síndrome de FOMO (Fear of missing out), que ocorre quando uma pessoa desenvolve o medo de ficar de fora do mundo tecnológico. É certo que há tantas redes sociais e informações disponíveis que as pessoas podem desenvolver problemas psicológicos quando não conseguem encontrar um equilíbrio no uso dos celulares e computadores.

Quando tratamos desse assunto do ponto de vista das empresas, a hiperconectividade se traduz na geração e criação de uma quantidade crescente de dados que podem ser explorados para geração de valor como a criatividade permitir. É graças à enorme disponibilidade de dados que tecnologias como a inteligência artificial, a Internet das coisas e o conceito de indústria 4.0 são concebíveis.

Com tantas possibilidades fervilhantes de desenvolvimento e captura de valor, para abraçar da melhor maneira as oportunidades é fundamental que as empresas e desenvolvedores se questionem se a tecnologia servirá o usuário final de forma equilibrada. Com esse cuidado, são inquestionáveis os seus benefícios.

E você? Como você se sente em relação a essa cultura hiperconectada?

Tomas Lichfett Machado
Líder de Projetos na Zeta Dados

[1] Expresso Futuro – Cultura Hiperconectada
[2] Abundância – Peter Diamandis e Steven Kotler

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