“No mundo acelerado e ferozmente competitivo de desenvolvimento de novos produtos comerciais de hoje, velocidade e flexibilidade são essenciais. As empresas estão cada vez mais percebendo que a abordagem antiga e sequencial para desenvolver novos produtos simplesmente não dá conta do recado.” [1]
Você poderia imaginar tranquilamente que o trecho acima foi escrito há pouquíssimo tempo, dada a validade da afirmação para os dias de hoje, mas na verdade, foi escrito no ano de 1986. Ele foi retirado do artigo “O novo jogo de desenvolvimento de novos produtos”, que acabou se tornando uma das maiores referências para o desenvolvimento da Cultura Ágil. O contexto da época refletia a decadência de um sistema arcaico e hierárquico de gestão de projetos, de trabalho e de produtos que dava os primeiros indícios de que não conseguiria responder à aceleração do ritmo de mudanças e consequentemente das necessidades dos clientes mundo afora.
Alguns anos depois, em 2001, após o fenômeno da “explosão da internet”, profissionais do meio de tecnologia se reuniram e, reconhecendo a pujante necessidade de simplificar o trabalho que precisava ser feito (assim como os autores do artigo de 1986), criaram o Manifesto Ágil: um documento simples e direto estabelecendo regras fundamentais para a propagação do que hoje chamamos de Cultura Ágil. [2].
Bom, mas o que de fato significa Cultura Ágil? (O que é? Onde vive? Do que se alimenta?)
Como qualquer cultura, trata-se de um conjunto de comportamentos e conhecimentos. Neste caso, comportamentos que visam simplificar e dinamizar o trabalho. No Manifesto Ágil, há quatro pilares que descrevem as bases dessa cultura:
Indivíduos e interações mais que processos e ferramentas
Software em funcionamento mais que documentação abrangente
Colaboração com o cliente mais que negociação de contratos
Responder a mudanças mais que seguir um plano
Esses pilares defendem uma organização do trabalho que:
- Coloca o cliente e as pessoas envolvidas no projeto acima de processos burocráticos e ferramentas – Se antes, por exemplo, para disparar uma campanha de marketing era necessário enviar um e-mail para o responsável que poderia estar na mesa ao lado, aguardar sua aprovação também por e-mail para depois efetuar o disparo, por que não pedir a autorização diretamente para essa pessoa e disparar a campanha?
- Entrega produtos e serviços melhores em prazos mais curtos, documentando somente as informações suficientes para manutenção e continuidade do trabalho – Focar naquilo que realmente gera valor para o cliente e enxugar processos burocráticos e penosos.
- Envolve o cliente para cocriação do produto ou serviço de forma recorrente ao longo de todo o processo de desenvolvimento – Por que não validar cada bloco de entregas com o cliente e coletar suas impressões ao longo de todo o projeto ao invés de desenvolver a solução por completo dentro de casa para só depois colocar todo o resultado final à prova? Qual a melhor maneira de ter os melhores resultados?
- Permite releituras do trajeto e redirecionamentos conforme eventuais novidades apareçam pelo caminho – Sempre há imprevistos pela jornada de um projeto. As prioridades podem mudar e um time ágil deve ser capaz de se organizar da melhor forma para responder a essas mudanças.
E onde se aplica esse modelo de trabalho? A Zeta está adotando?
A cultura de trabalho ágil é abertamente adotada principalmente em times de desenvolvimento, mas pode e deve ser adotada em muitas outras equipes. Os segmentos onde a cultura ágil é bem-vinda são normalmente aqueles em que as preferências de clientes podem mudar com frequência, o cliente tem condições de ser mais participativo no processo de desenvolvimento do produto ou serviço, os problemas são complexos e imprevisíveis e a entrega pode ser repartida em blocos.
A Zeta atua num segmento perfeito para a adoção dessa cultura e aqui estamos fomentando fortemente a sua disseminação. Em breve contaremos um pouco mais! Fique de olho!
O que é Cultura Ágil? É sobre simplificar o trabalho.
O que não é Cultura Ágil? Fazer mais coisas na metade do tempo
[1] The New New Product Development Game – Hirotaka Takeuchi and Ikujiro Nonaka. https://hbr.org/1986/01/the-new-new-product-development-game